Fomos ao Mar
A convite do Sérgio Ferreira, fomos até Matosinhos para uma tarde de convívio, de futebol e de memórias. Fomos de visita, como espetadores, despidos de criadores de conteúdo, realizadores, fotógrafos ou afins. As máquinas ficaram em casa.
Chegamos ao Estádio do Mar, à hora do almoço, e “os trabalhos” arrancaram à mesa do restaurante Leixões com a Taça de Portugal como prato principal. Fizemos um antevisão, jogo a jogo, uma espécie de Totoloto… Algumas vezes feita literalmente à sorte e cujos prognósticos “os pequenos” nas horas trataram de escangalhar nas horas seguintes! Os nossos falhanços ficaram gravados para memória futura!
Após o almoço, seguimos para a Praia do Funtão, em Lavra, onde visitamos a placa de Homenagem a Vitor Oliveira e refletimos sobre o legado do falecido Mestre de quem todos somos fãs.
Eu e o Sérgio, perdemos alguns minutos a falar daquilo que mais apreciávamos num treinador que conquistou subidas, mas também os corações dos adeptos de futebol tendo conquistado de uma forma inequívoca o direito de ser uma das figuras mais unanimemente amadas do nosso futebol, independentemente da cor que vestisse e do emblema que defendesse.
Depois, houve Taça. Entramos no Estádio do Mar, de frente para o mural de homenagem ao Mestre, e após a devida vénia seguimos para os nosso lugares na lateral para assistir a um duelo de (outrora) gigantes. Dois históricos dos nosso futebol, agora nas divisões secundárias na luta pelo regresso aos grandes palcos, foram a jogo: Leixões e Vitória FC.
A história do encontro escreve-se em poucas linhas. Um Leixões começou bem, mais por cima do jogo, mas inconsequente no ataque. O Vitória cresceu e as linhas que dividam as divisões em que cada clube joga ficaram turvas. Não se percebia quem estava na Liga 2 ou no Campeonato de Portugal, com os sadinos a mostrarem mais personalidade e mais acutilância nas chegadas à baliza do “meu” Ricardo Ribeiro.
Contra a corrente, numa falha sadina, Renato Luís fez o 1-0 e a alegria irrompeu no Mar. Contudo, com o tempo a avançar, o Setúbal crescia e ficaria mesmo em superioridade numérica quando o recém entrado Rafa Freitas foi expulso aos 81 e aos 87 um autogolo deu o empate ao Setúbal. O ambiente gelou e segundos depois esquentou. A contestação explodiu e Pedro Ribeiro não tem razões para se sentir desejado.
Os penaltis escreveram o resto da história e, com ânimos muito exaltados nas bancadas, o Leixões sai da Taça. Do outro lado do estádio, a festa fazia-se em tons de verde enquanto polícia e adeptos leixonenses se travavam de razões.
Não se vivem dias fáceis no Mar. Mas a história do Leixões tem sido essa e a resiliência daquele povo continuará a escrevê-la com capítulos mais felizes no futuro.