Notícias de França dão conta de “mau estar” nos Lobos

Imagem de Luis Cabelo
Fonte: RugbyScope.fr
Segundo informações avançadas pelo site francês RugbyScope.fr, a seleção nacional atravessa uma fase conturbada, com tensões internas no grupo de trabalho, saídas no staff técnico e problemas financeiros por resolver.
Durante o Campeonato do Mundo, Portugal impressionou ao empatar com a Geórgia (18-18) e vencer os poderosos Fiji (24-23), apesar de ter ficado pela fase de grupos. O desempenho foi saudado como um feito notável para um país onde o rugby ainda é uma modalidade secundária. Contudo, os problemas começaram logo após o apito final do Mundial.
Mudança constante no comando técnico
Após o fim da era Patrice Lagisquet, a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) passou por várias mudanças no comando técnico. Sébastien Bertrank assumiu, mas não durou muito. Daniel Hourcade, na qualidade de consultor da World Rugby, liderou a equipa no Rugby Europe Championship 2024, onde Portugal alcançou um honroso segundo lugar.
A seguir, chegou Simon Mannix, antigo treinador do Biarritz Olympique, numa tentativa de manter a dinâmica positiva. No entanto, desde a sua chegada, os resultados têm estado aquém do esperado. Os Lobos apresentam atualmente um dos piores registos desde 2015, e este verão terão apenas um jogo de preparação agendado: um teste frente à Irlanda, marcado para 12 de julho.
Staff técnico abalado e jogadores descontentes
O ambiente interno também se deteriorou. Segundo a mesma fonte, surgiram tensões entre os jogadores e a equipa técnica, especialmente com os adjuntos de Mannix. Olivier Azam (treinador dos avançados) e Olivier Rieg (preparador físico) terão sido afastados recentemente do grupo de trabalho.
Para agravar a situação, vários jogadores ponderam avançar com uma greve, em protesto contra o não pagamento de prémios por parte da FPR. Estão em causa verbas relativas aos jogos frente à África do Sul e à Escócia, bem como à qualificação para o próprio Mundial de 2023.
Um futuro incerto
A euforia gerada pelo desempenho no Campeonato do Mundo esfumou-se rapidamente. A seleção portuguesa enfrenta agora um dos maiores testes à sua estrutura e coesão interna. Com poucos recursos e num contexto desportivo ainda frágil, a continuidade do crescimento de Os Lobos está em risco.
Apesar do talento disponível – com nomes como Nicolas Martins, Raffaele Costa Storti, Lucas Martins e Samuel Marques a brilharem no estrangeiro – a instabilidade institucional e técnica ameaça travar o progresso alcançado nos últimos anos.
A situação exige respostas rápidas e eficazes por parte da Federação, sob pena de o rugby português perder o embalo conquistado em França.