José Barbosa: 500 jogos, regresso a casa e a entrevista completa no Estado da União
No passado dia 25 de novembro, o podcast Estado da União recebeu o convidado mais especial até à data: José Barbosa, capitão da UD Oliveirense, no dia em que atingiu a marca histórica de 500 jogos na Liga Portuguesa.
Num ambiente descontraído no restaurante Casa Velha, em Oliveira de Azeméis, o base de 35 anos abriu o livro da sua vida desportiva e emocional com o clube que o viu nascer.
Das memórias de criança no Estádio Carlos Osório ao episódio caricto que o fez abandonar o futebol (o irmão foi de avião a um torneio nos Açores e ele ficou em casa), da Final-4 nacional sub-18 com uma equipa “muito baixa” à saída para a Ovarense tricampeã, Zé recordou tudo.
Falou ainda da passagem de quatro épocas pelo Benfica – onde conquistou quatro campeonatos nacionais – e da batalha psicológica contra o Sporting de Travante Williams em 2018-19, considerada por muitos a final mais intensa dos últimos anos.
“Naquele primeiro ano no Benfica chegávamos aos play-offs com a sensação de que provavelmente não íamos ser campeões. Quando consegues dar a volta por cima, o sabor é completamente diferente”, confessou.
Sobre o regresso à Oliveirense em 2024, depois de nove anos fora, o sentimento é claro: “Voltei a encontrar uma família. O carinho das crianças e dos adeptos é qualquer coisa de inacreditável. Há jogos em que sinto que joguei mal e saio do pavilhão de coração cheio.”
Questionado sobre o futuro, mantém a ideia anunciada há anos de terminar a carreira por volta dos 35-36 anos para iniciar uma segunda vida profissional (atualmente está a tirar uma pós-graduação em Data Science), mas deixa a porta aberta: “Sinto-me fisicamente tão bem ou melhor do que há sete anos. Vou decidir ano a ano.”
Quanto a ser treinador, a resposta é quase definitiva: “Quero fazer algo completamente diferente nos próximos 30 anos. Vivi intensamente o basquete, agora quero outro desafio intelectual.”
Sobre o estado do basquetebol português, Zé é otimista: “Passei pelos dois extremos: as vacas gordas e as vacas magras. Hoje há mais investimento, mais equipas europeias, miúdos mais altos e com acesso infinito a informação. O futuro é risonho.”
E termina com uma frase que resume tudo: “Olhando para trás, não tenho um único arrependimento. Se terminasse hoje a carreira, saía de consciência tranquila e extremamente feliz.”
Podes ouvir a entrevista completa (1h10) no YouTube do Canal Balneário ou nas principais plataformas de podcast. Um episódio para guardar e rever sempre que precisarmos de lembrar porque amamos este clube e este desporto.
