O sonho europeu começa hoje

Começa hoje, para as equipas portuguesas, a fase do mata-mata, como diz Scolari, nas competições europeias.
O primeiro a entrar em campo é o FC Porto, que irá ter pela frente a Juventus de Cristiano Ronaldo. As duas equipas encontraram-se à 4 anos na mesma fase da Champions, com os italianos a vencerem os dois jogos. Aliás, os dragões nunca ganharam à equipa de Turim (em 5 jogos conseguiu só um empate).
A Juve é favorita, mas engane-se quem pensa que a eliminatória está decidida. Pirlo ainda não conseguiu colocar a equipa a jogar bem com regularidade, mas quando se conta com estrelas como Ronaldo, Morata ou Chiesa, a vitória está sempre perto.
O campeão nacional vive um mau momento a nível interno. 4 empates consecutivos, com muita polémica, abalaram a moral do plantel azul e branco. Mas a competição é outra, e o “chip” muda. A equipa de Sérgio Conceição vai à procura da vitória contra o colosso italiano, e quer manter o registo defensivo que conseguiu na fase de grupos.
Prevê-se uma eliminatória equilibrada, com o favoritismo a ter de cair, devido ao plantel e historial, para os italianos, mas com os portugueses a não atirarem a toalha ao chão, e a quererem estar presentes nos “quartos” da Champions desta época.
Braga e Benfica arrancam na 5ª feira a campanha, na fase a eliminar, na Liga Europa. O primeiro a jogar é o Braga, contra a Roma de Paulo Fonseca, e umas horas mais tarde, o Benfica joga contra o Arsenal, curiosamente, na “casa” da Roma.
Comecemos então pelo Braga.
Saiu na rifa a Roma, e os minhotos, nesta competição, têm um registo 100% vitorioso, em eliminatórias, contra equipas italianas. Carlos Carvalhal quer continuar com esse registo, e aponta para a passagem para os “oitavos”. Paulo Fonseca volta a um estádio que conhece bem (relembramos que o treinador português treinou os arsenalistas em 2016/17), e se a equipa portuguesa ainda não perdeu contra equipas italianas, o mesmo se pode dizer de Fonseca, que desde que saiu do país, nunca perdeu nenhum jogo contra equipas do seu país.
O Braga, a nível interno, está no meio dos grandes, a jogar um futebol atrativo e com os olhos postos na baliza, e luta por uma vaga na Champions do próximo ano. A Roma está também na luta por um vaga na Champions, embora o trabalho de Paulo Fonseca já tinha sido colocado em causa, e teve até, um problema com a estrela da companhia, Dzeko, problema que quase provocou a saída do avançado no mercado de inverno.
Uma eliminatória que se espera bastante equilibrada, esperando que os “guerreiros” façam jus ao nome e vençam esta batalha contra os gladiadores de Roma.
Por último, o Benfica. A equipa da Luz não passa por um bom momento. Os resultados e exibições não agradam aos adeptos, adeptos esses que já colocam em causa a direção encarnada.
A época começou com muitas ilusões, mas rapidamente mostrou que não iria ser um mar de rosas. As águias foram “atacadas” pela Covid, jogadores que não renderam o esperado, e o próprio treinador está a ser colocado em causa devido a algumas escolhas para o plantel.
Se em Lisboa está difícil de respirar, em Londres os ares ficaram mais respiráveis para Arteta nos últimos tempos. O Arsenal melhorou, os problemas de balneário deixaram de existir, e o treinador espanhol, que esteve com pé e meio fora do clube, conseguiu se manter no leme da equipa, e os resultados melhoraram.
Estes 16 avos de final são, provavelmente, mais importantes para o Benfica do que para o Arsenal. A instabilidade no clube é grande, e uma vitória e passagem aos “oitavos”, podem dar confiança para o que falta jogar esta temporada. Por outro lado, os “Gunners” olham para esta Liga Europa como uma possível porta de entrada para a Champions na próxima época.
Duas equipas a passarem por momentos completamente diferentes, e uma eliminatória onde não existe um favorito antecipado.
Uma curiosidade nesta eliminatória: devido ao que estamos a viver, os jogos serão realizados em campos neutros. O jogo de 5ªfeira será Itália, e a 2ª mão será na Grécia.
3 jogos, muita crença, muita ambição, e um querer muito grande que as equipas portuguesas se qualifiquem para a próxima fase das competições europeias da época 2020/21.