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Outubro 15, 2025

Canal Balneário

Histórias do desporto na primeira pessoa, do futebol ao berlinde, do nacional ao distrital

Um “Balneário do Inatel” Especial

capa pigeiros

Campo de Futebol Manuel de Oliveira Péd'arca

Este fim de semana o Balneário fez-se à estrada para uma edição do Balneário do Inatel especial. O espaço habitualmente comandado por Hugo Loureiro transformou-se numa curta viagem a Pigeiros para surpreender o próprio Loureiro. Acontece que o Loureiro defende a baliza do Palhota e era dia de dérbi contra o Pigeirense.

Antes de avançar, é importante que o Mundo saiba que o Pigeirense é o clube da freguesia de Pigeiros, em Santa Maria da Feira. Um freguesia que, segundo dados oficiais terá uma população de cerca de 1200 pessoas. Até aqui nada de novo. O facto digno de ressalva é que o Pigeirense é “só” talvez o clube mais reputado e titulado no INATEL português, com um palmarés que conta com distinções internacionais. Os mais fieis seguidores da nossa página, lembram-se certamente da entrevista com o Hugo Brandão, onde ele nos conta algumas histórias dessas lutas internacionais deste que é, destacadamente, o mais histórico clube do INATEL de Aveiro e por quem todos os adversários nutrem respeito.

A nossa vontade de fazer “alguma coisa” em Pigeiros era antiga e, juntando o útil ao agradável, desafiei o Pedro a ir assistir ao jogo.

Sem deixar de falar do Palhota, de quem haveremos de falar mais tarde, é preciso (e não me canso) de falar do CCD Pigeirense. Se há instituições de quem importa saber num mundo de Mancherster City, PSG e Newcastle, são instituições como o Pigeiros onde cada conquista, dentro ou fora do campo, nasce do trabalho de um grupo de pessoas que dá o que tem sem nada em troca. E dar o que tem, pode ser a entrega ao jogo ou “dar o corpo ao manifesto” numa ou outra obra que seja precisa no campo.

E falemos do campo: passo várias vezes em trabalho ao lado do Campo de Futebol Manuel de Oliveira Péd’arca e é sempre um enorme exercício de nostalgia. Vi o meu pai jogar ali, pude treinar ali com uma equipa de rugby que tive e joguei em rapaz em muitos campos como aquele. Quero com isto dizer que o Pigeirense tem instalações paradas no tempo? Não. Elas estão no tempo certo. O tempo do futebol jogado pelos jogadores da terra e por amor à camisola, onde as conquistas valem mais exatamente por isso. Um espaço onde todos são bem-vindos mas onde “jogar em casa” pesa efetivamente como um 12º elemento e os atletas “vestem” essa armadura com orgulho. E mais: durante a nossa estadia por ali, soubemos que há ambiciosos projetos para aquele espaço, mas claro que caberá à direção revelar.

A direção que é encabeçada por Carlos Daniel (que participou já em algumas tertúlias nossas sobre o INATEL), que além de presidente é o avançado. Mais um traço raro no futebol de hoje, onde cada vez mais quem decide pouca ideia faz do que é atar a chuteira e sangrar (fisicamente ou metaforicamente) dentro de campo.

O Balneário sempre foi bem recebido em todos os campos onde passou e calro que o Campo de Futebol Manuel de Oliveira Péd’arca não foi exceção. Logo nos puseram à vontade sobre o que filmar, onde filmar e até onde guardar as coisas! Arranjaram-nos um espaço na pequena rouparia do clube, onde vos garanto que não faltava nada para qualquer eventualidade.

E quanto à moldura humana… As imagens do vídeo falarão melhor do que qualquer coisa que eu possa escrever.

Nascido e criado em Nogueira do Cravo, uma terra com um pelado que também era famoso enquanto existiu, e habituado a passar os verões (e alguns invernos) a brincar com a bola nesses terrenos duros e impiedosos onde só os mais apaixonados se aguentavam, ir ali foi para mim recuar 25 anos no tempo para esses momentos em que, como puto sonhador, me esfarrapava no pelado, e como puto adepto ia a pé pelo meio do mato para ver a bola.

Enquanto houver Pigeirense e o Campo de Futebol Manuel de Oliveira Péd’arca, o futebol não morrerá. Nem que o dinheiro queira.

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